Estar errado é um estado de espírito



No mundo atual, diferente de outros tempos, conspiramos contra uma realidade que nos tentar informar, constantemente, que estamos errados. A partir das decisões mais elementares, até às mais complexas, tudo o que fazemos, num contexto específico, está errado.

Não adianta alimentar dogmas. Na verdade mais pura, no acerto mais concreto, existe sempre uma oposição de forças tão negativas que, com o tempo, te impedirá de seguir em frente. Não entendam esta publicação como algo negativo ou fatalista. É, apenas, uma constatação real daquilo que eu observo no mundo. Um mundo bonito, de coisas visualmente apelativas, mas que tudo isto não passa de uma ilusão de ótica.

Aceitar que estamos errados, em tudo o que fazemos, trás conforto. Se levarmos isto para ao campo das espectativas, acabamos por nos consciencializar que o resultado mais frequente é o erro. O falhanço. A derrota. Deste modo, torneamos de forma consciente e (i)racional, a nossa personalidade. Balizamos um determinado número respostas para um sem fim de resultados.

A forma como percecionamos as coisas, determinará a nossa interpretação dos dados recolhidos pelos nossos sentidos. Obviamente que esta perceção está condicionada pelo conhecimento e experiências anteriores. Não podemos esperar que todas as pessoas tenham a mesma interpretação que nós e, é exatamente isso, que nos faz falhar em todas as decisões, ideias e tentativas. Mahatma Gandhi afirma que devemos ser “a mudança que queremos ver no mundo”. Mas, tendo em conta a multiculturalidade, as interpretações múltiplas da realidade e os fatores múltiplos sociais, a mudança que queremos ver no mundo, está condenada na sua génese.

Toda a gente está munida de determinados princípios sociais. Todos eles muito bonitos. Mas pouca gente tira um momento para pensar que não é o epicentro do ecossistema social. Ou seja, querer mais e melhor para si, poderá não ser o mais correto, nem o melhor para o outro. Se vivermos em anarquia social, a nossa raça está condenada à extinção. Nenhuma decisão ou interação é inteiramente justa. Existe sempre algo ou alguém que, de alguma forma acaba se sentindo prejudicado(a) pelo contexto de tomada de decisão.

Por outro lado, vetar todas as decisões de índole grupal, só por que sim, sem qualquer tipo de fundamento, limita todos os resultados positivos esperados. Nem tudo está bem quando ganhamos e, por outro lado, nem tudo está mal quando perdemos. Contudo, existem espécimes que vivem no constante “só porque sim” e “só porque não”, sem antes tentar perceber a globalidade do contexto onde se insere determinada tomada de decisão. Muitas vezes, ignorantemente, acabamos por ser os nossos próprios carrascos.



Começo a me resignar ao facto de que não é possível mudar nada no mundo. Se a mudança está condicionada a fatores externos e aleatórios, nós somos, apenas, um fator externo e aleatório, não adianta sonhar, idealizar ou planear. No final, nós vamos errar. Aprenda a lidar com isso

Sinceramente
Stero

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A culpa não é tua. Mas é.

Tu não percebes nada.

A vida não é um reflexo. É uma experiência.