A Ignorância torna tudo perfeito (IV)



(IV) Ser racional não resolve, mas ajuda..

Bem. Algumas coisas na vida requerem reflexão. Não. Não recomecei uma relação amorosa e desisti momentaneamente de espancar o amor. Às vezes, perdemo-nos na nossa forma deficiente de percecionar a realidade. O óbvio às vezes é tão óbvio que faz-nos duvidar da nossa própria capacidade de constatar factos.

As relações amorosas, normalmente, começam porque há uma convergência de sentimentos. Um gosto de ti, um amo-te, uma merda assim qualquer. Contudo, neste turbilhão de emoções, raramente perdemos tempo para racionalizar o sentimento. Pressupomos que a partir do momento em que as palavras são proferidas e reciprocadas, passa a haver um instinto de posse ou pertença. Num cenário ideal estes sentimentos de posse ou pertença, seriam mútuos.

Na realidade, a conceção de cada pessoa, por mais similar que seja, comparativamente aos demais, difere sempre em pormenores, para não dizer por maiores. O ser humano, que tanto prega o direito à verdade, não se prepara para absorver o impacto da verdade per se. Sabemos que o outro gosta de nós, mas gostará tanto, mais ou menos, comparativamente aquilo que nós sentimos? Há quem conviva bem com a interrogação e se alimente da ambivalência sentimental.

Certo, é que nós tentamos sempre criar cenários ideais. Queremos a interceção perfeita, o P (0,0,0). E isto, é quase impossível de acontecer. Patologicamente, determinados sintomas determinarão o diagnóstico final. Na realidade dos sentimentos e emoções, os mesmos sintomas poderão levar a um sem número de diagnósticos. É importante que as relações tenham a sua magia, mas, mais importante ainda, é que cada um perceba qual o seu papel numa determinada monogamia.

Nem sempre o gosto de ti significa vamos viver felizes para sempre. Mas eu tenho que perceber ou fazer entender isto. Se eu só quero sexo casual, com uma pessoa de quem gosto, um gosto de ti não é descabido. Mas, para o efeito, convém referir que o ónus da relação é o sexo. Se as pessoas estão preparadas para faze-lo de livre vontade e sem compromisso, porque é que, em determinadas situações, não o fazem porque o objetivo a consumar foi verbalizado? E, por outro lado, fazem-no por vingança, por tesão e porque podem.
São estas contradições humanas que me levam a ser um cínico amoroso. Fica difícil encontrar quem amar e se relacionar, visto que a frequência de ações vividas num determinado espaço de tempo, sejam elas positivas ou negativas, não permitem encontrar a harmonia necessária que me transporte para estados de alegria efetiva.

Não custa nada dizer a verdade. Se tens vontade de me rasgar a roupa, desde que não sejas ordinário(a), diz-me, caso contrário nunca irei saber. Se eu disser, sem ser ordinário, e tu não quiseres, dispensa-me com estilo, não sejas porco(a). A última bolacha do pacote costuma estar toda esmagada.

Criar ambiguidade no pensamento dos outros é a maior crueldade que pode existir. Se não quer não alimenta sentimentos. Se quer, age em conformidade. Com o Tesão não se Brinca!

Continua….

Delicadamente,
Stero

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