Vives ou deixas-te viver?



Existem vários pronúncios, de várias fontes ideológicas e filosóficas. Cada um deles oferece-nos mantras e segredos para se poder viver uma vida plena de momentos de alegria. Há ainda quem pregue segredos para a felicidade total. Contudo, a nossa existência prova-nos que são as vivências que temos, mais ou menos planeadas, que nos direcionarão por caminhos insólitos.

Viver só porque vemos os outros a viver, ou seja, ter experiências de vida baseadas na vida de outrem, poderá de alguma forma nos levar para uma espécie de estrada sem saída. Ainda que a parte imitada da vida permita experimentar os sentimentos pregados por outros, existem momentos onde temos que ser nós próprios a decidir. E aqui surge o grande problema. Decidimos com base em quê?

Se a partir de determinada idade, ou então, de uma determinada quantidade de experiências, nós começamos a viver numa espécie de deja vu, isso indica-nos que são as nossas vivências que nos darão as respostas necessárias, não as certas, para podermos decidir sempre que nos encontrarmos num dilema. Não obstante, e porque somos todos pessoas, existem variáveis incontroláveis, porque aquilo que eu pensar ou decidir pode não ser congruente com o pensamento da(s) pessoa(s) implicada diretamente na tomada de decisão. E isso deixa-nos frustrados? Deixa, sim.

Um dia, um amigo meu disse-me: “estamos formatados para pensar que, na vida, teremos a oportunidade de conhecer, apenas, uma pessoa certa, perfeitamente enquadrada connosco, seja ela amizade ou relação amorosa. Mas ainda não paramos para pensar na mediocridade que é a nossa vida e na nossa insignificância perante o que acontece à nossa volta. É a formatação social que nos limita o pensamento e a vida, pois, muito provavelmente existem milhões de pessoas certas que, possivelmente, passam por nós todos os dias, e nem sonhamos que elas existem.”

Acredito piamente na singularidade das pessoas, naquilo que elas próprias têm para oferecer à vida. Ainda que tenhamos de nos adaptar a determinadas circunstâncias, para possibilitar a coexistência, não temos que perder as nossas particularidades. Viver única e exclusivamente com base em ideologias pré-concebidas só nos vai limitar a ser a melhor versão de nós próprios.

Cada pessoa é única, diferente e ao mesmo tempo igual a todos os outros.


Sinceramente,
Stero

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