És Feliz ou Alegre?



          O nosso estado permanente, de constante busca pela felicidade, leva-nos, por vezes, a idealizar um conjunto de processos e vivencias que, de forma sinérgica, permitirão atingir todos os objetivos previamente definidos. Mas, como se costuma dizer, a vida não é um mar de rosas. Encontramos demasiados obstáculos pelo caminho e, atingir o estado de felicidade pleno, não é nada mais do que uma utopia.
            Esta a busca constante, extremamente racional, acaba por ser desgastante, para qualquer pessoa que tente desesperadamente viver sobre um padrão, ditado por outrem, como sendo o epiteto de Felicidade.
            O que é a felicidade? Eis a grande questão. Para mim, mero pensador, a felicidade não é, nada mais, do que a soma de momentos de alegria. Não entendo a felicidade como sendo um estado de alegria constante. Vou mais longe, para sentir alegria, é preciso alguma vez ter experimentado tristeza. Caso contrário, torna-se difícil separar estes dois sentimentos.
            Mark Manson, sugere no seu livro, que o “Fracasso é o caminho para a frente” e que a dor faz parte do processo. Jean Piaget, também num dos seus trabalhos, refere que determinados tipos de dor, acabam por provocar prazer. Tendo isto em conta, para, na minha modesta e humilde opinião, se atingir alguma alegria na vida, é importante que estejamos recetivos ao fracasso e ao sofrimento. Porque, apesar de não desejar tais sentimentos a ninguém, fazem parte da vida e poderão ser estes sentimentos que levarão a uma mudança drástica de paradigma e/ou nos farão mudar completamente a nossa perspetiva relativamente à utopia da felicidade.
            Obviamente que não estou a sugerir masoquismo físico e mental, nem concordo com isso. Mas terá que haver um equilíbrio entre as coisas boas e menos boas da nossa vida e será essa conceção que temos relativamente a nós próprios que determinará a forma como iremos sentir as coisas. Todos procuramos ser alegres e todos merecemos ser, mas, como já referi, não é um estado constante, não é algo que, depois de atingir, dure para sempre. A constante negação desta premissa, poderá levar as pessoas a entrar num loop, interminável, de dúvida e preocupação, sem efeitos práticos.
            A felicidade não é um direito. Todos merecemos ser felizes, mas será a nossa conceção, relativamente ao que nos deixa alegres que irá determinar a quantidade de momentos de alegria que iremos experienciar. Não podemos nos comparar com os outros nem tentar viver como eles pois, podemos alcançar o mesmo que os outros alcançaram na vida e nunca viver um misero segundo de alegria.
            A Felicidade é uma equação complexa. Mesmo que controles todas as variáveis, o resultado será sempre imprevisível.


Sinceramente,
Stero

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