Uma espécie de Penetração Social


Todos nós temos a capacidade de rotular seja o quê ou quem for. Conforme as nossas experiências, aprendemos sempre e somos capazes de criar juízos sobre algo ou alguém. Relativamente à veracidade desses próprios discernimentos é discutível, mas não pretendo alongar nesse sentido. O que quero destacar é a forma como nos expomos em relação à sociedade, assim como exibimos a mesma. O aglomerado das interações com os seus constituintes, dá-nos o “direito” de inferir se a pessoa é considerada é “normal” ou não (tendo como referência a sua educação no grupo social vivente).
Mas o que é uma pessoa normal? Uma pessoa insana entre pessoas normais é considerada louca. Uma pessoa normal entre insanos é também considerada louca. Então, como ficamos? Somos normais até ao ponto que já não o somos. Quanto mais se conhece uma pessoa, menos normal se torna. Sempre que uma pessoa sai da zona de conforto, testa os seus limites e tem uma reação que poderá ser mais ou menos negativa/positiva. Essa reação terá um impacto, levando ao decrescimento dessa “normalidade”. Essas “cicatrizes” a caracterizam, tornando-a diferente e deixando a sua marca na sociedade. Vai ficando uma espécie de outlier da caixa de bigodes.
Com certeza já ouviram algo do género: “Até parecia uma pessoa normal e fez aquilo…". Há uma loucura interior que nos separa do resto. Nascemos, crescemos, aprendemos, mudamos e finalmente nos adaptamos. Chegamos a um ponto que a personalidade já não muda, mas sim adapta-se. Com certeza também já ouviram: “Desde que arranjou namorado(a), nunca mais for o(a) mesmo(a).”. É muito difícil manter a mesma personalidade com o mesmo estado de espírito ao longo dos anos. Deparamo-nos com situações que nos obrigam a nos adaptar face à realidade, em que na verdade não nos queremos ajustar. No entanto, há que efetuar sacrifícios em prol do melhor que aí (supostamente) vem.
Será que queremos conhecer alguém verdadeiramente bem? Existem segredos que vivem connosco e estes poderão ser ou não desvendados consoante à interação e confiança com os demais. Mas queremos realmente conhecer os segredos dessa pessoa? Conhecê-la assim, subsiste uma responsabilidade para que nem todos se atiram. Da mesma forma, queremos nos deixar ser verdadeiramente conhecidos? Ficamos frágeis quando abrimos o jogo. É uma vulnerabilidade que poderá ter um efeito positivo, quanto supostamente conhecemos a tal pessoa certa. Mas também poderá correr muito mal. A parte boa é que ainda decidimos!
“As pessoas normais são aquelas que não conhecemos muito bem.” (do filme “Aproveita a Vida Henry Altmann”).

Atenciosamente,
Pensador Ambulante.

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