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A culpa não é tua. Mas é.

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  Ultimamente tenho procurado o sentido da vida. Sei que é cliché, mas é realmente o que tenho feito. Sinto-me um pouco entorpecido por esta forma de marcar presença entre os mortais. Não tenho sentido a energia para ser, fazer e viver. Tudo o que sou, faço e penso parece-me desatualizado, desenquadrado, descontextualizado, uma verdadeira antítese da sociedade atual. Constato que nós, quando olhamos para determinadas pessoas, apenas conseguimos ver a sua imagem. Não é aquela história da beleza interior. Nada disso. Refiro-me às pessoas com quem nos deparamos e que são uma embalagem vazia. Ou uma embalagem cheia. Quem consegue adivinhar? As vivências vão nos torneando a personalidade e, pelo caminho, ganhamos ou perdemos alguns dos nossos traços. São estes traços da personalidade que vão enchendo as embalagens ou vão se evaporando devido à sua volatilidade. Dentro dos recipientes, mais ou menos decorados, mais ou menos apelativos, vão se acumulando informações e conteúdos que fazem

Tu não percebes nada.

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  Estou neste preciso momento a fumar um cigarro. Estou na rua, numa mesa com uma toalha vermelha alusiva ao Natal. Ando aqui com os meus botões, numa discussão acesa sobre as temáticas importantes da vida. Sobre o ser e o não ser. Em primeiro lugar sinto que uma parte de mim deveria tentar o suicídio. Um bocado fatal, eu sei. Mas a verdade é que a minha capacidade de observação me leva a estes extremos. Sinto-me um bocado desenquadrado com tudo o que se passa à minha volta. Modéstia à parte, considero-me um Ser relativamente inteligente e não me deixo levar por estes pensamentos macabros. Tenho a perfeita consciência que o caminho a seguir não é aquele que seria o mais óbvio. Mas, de vez em quando, umas dicas não fariam mal nenhum. Cada vez mais fico sentado em qualquer lado a olhar para o vazio. Cada vez torna-se mais difícil encontrar simbioses que joguem a meu favor. Estou confuso e num tsunami de emoções. Se por um lado estou feliz por ser quem sou, por outro lado sou uma go

Tudo passa e nada se passou!

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  Consegues sentir? É o tempo. Já me tinham falado sobre isto. Sempre ignorei porque achava que a vida é um continuum e, nesse sentido, os acontecimentos teriam a importância e o impacto que, no nosso entendimento, deveriam ter. A nossa existência física, mental e emocional não caminha lado a lado com esta variável contínua. Pensamos sempre que apesar da idade, estamos jovens. Que podemos continuar a fazer o que, noutros tempos, seria feito. Não é por falta de andamento, não é por falta de vivacidade, mas, sim, porque a dada altura, temos de aceitar que existe um espaço que já não deve ser nosso. Não me interpretem mal. Todos podem, devem e, se houver possibilidade, farão o que lhes for mais conveniente. Começo a pensar num paradoxo geracional. É muito ingrato que esta informação não tenha sido partilhada antes. Até devia ser documentada. Atenção. Isto até pode abrir portas para mim. Posso estar a inventar aqui uma nova teoria da psicologia comportamental. Vou aproveitar o mome

O Pânico é Recíproco.

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  Entretanto, nos meus primeiros passos de Ensino Básico, no 1.º ano. Aquela primeira impressão, por estar rodeado de lobos, levou-me a assumir uma postura de ação perante todas as situações. Foram as manifestações involuntárias de testosterona que me levaram a rivalizar com os outros machos da minha espécie. Penso que o objetivo de todos nunca foi bem claro, apenas, todos e qualquer um de nós, recorria a comportamentos de imposição da liderança que eram inatos, puramente animalescos, para se impor sobre todos os outros. Era energia pura, genuína e darwinista. Na minha turma havia um grupo que se juntava e jogava futebol, mas, hierarquicamente, nós nunca ficávamos com o campo polidesportivo. Se tivéssemos sorte e se alguma equipa desistisse, conseguíamos jogar atrás da escola, num piso de pedra que media cerca de 6 por 10 metros. O mais impressionante era que também não tínhamos direito a bola. Naquele espaço o jogo tinha como substituto da bola uma lata de coca-cola ou outra coisa q

Eu sou quem deveria ser.

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  Eu sei que comecei a contar histórias sobre outras pessoas e, essencialmente, esqueci-me de falar sobre mim. Existe apenas uma explicação. A minha figura e a minha personagem são extremamente aborrecidas. Eu sou um indivíduo que, para além da parte obvia, de arruaceiro e vingativo, tenho um nome e uma personalidade bastante comuns. Por esta altura estava a ingressar no ensino primário com quase 6 anos de idade e pouco tinha a dizer sobre mim próprio. O que neste momento sei é que até ao final do meu ensino primário, muitas aventuras estariam por chegar. Parecem poucos, mas ainda são quatro anos. Claro, quando falo em aventuras isto não quer dizer que andei a percorrer mares nunca antes navegados ou a liderar expedições pelas montanhas mais altas do globo terrestre. Uma criancinha limita-se a absorver momentos, acontecimentos e vivencias que a qualquer momento podem ser vividas por todos ou por qualquer um. Na retoma das aulas, deparei-me com uma turma diferente. Rapazes novos.

Ficou a Mentira

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  À medida que fui crescendo cultivei uma capacidade extraordinária para digerir adversidades. Estão a ver aquelas pessoas que dizem que a vida foi a sua melhor escola e todas as suas dificuldades acabaram por torna-los mais fortes? Não consigo interpretar as coisas desta maneira, é demasiado simplista. Quando tens a alegria de passar por bons momentos ou momentos que se encontram dentro da tua expetativa, nunca irás evita-los só para sentir adversidade e, consequentemente, aprender. Gosto de pensar que existem várias soluções para resolver a equação da felicidade. Depois do meu primeiro desaire afetivo – devem se lembrar da Celina – comecei a ter as minhas primeiras desavenças. Obviamente senti-me, não é bem traído, mas com um sentimento de impotência para com os acontecimentos. Tava fodido com o que me aconteceu e, como boa criança que fui, tive os meus episódios de vingança. Coitado do Pedro, não merecia nada daquilo que lhe aconteceu ao longo do último ano de infantário. A me

E se fosses tu?

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  Lembro-me, tinha 4 anos. Estava no infantário e tudo o que mais queria, como todas as crianças, era que alguém reparasse em mim. Que eu fosse o foco de todas as atenções. As minhas memórias são parcas, mas o sentimento que me domina, quando recordo estes momentos, faz-me crer que o sucedido, valeu a pena. Aprendi. O seu nome é celina. Quem é que conta histórias de amor dos 4 anos de idade? Eu sempre fui, e sou, um ser insatisfeito. Faço questão de o demonstrar. Para ser assim é preciso aceitar que haverá muito pouca gente a querer estar perto de ti. Para qualquer tipo de relação. Mas imaginem isto aos 4 anos. Nem a minha mãe sabia o que fazer comigo, porque eu era demasiado. Então, a Celina. Afirmo convictamente que foi o meu primeiro amor. Foi a primeira pessoa que conseguiu olhar para mim e ver mais do que aquilo que eu demonstrava ser. Mas não foi só isso que ela fez. Cada vez mais vivemos numa sociedade onde o materialismo é Rei. Que as relações se medem pela quantidade d